Em tempos de pandemia, as microfranquias ganharam ainda mais espaço no radar dos empreendedores que buscam opções baratas de investimento. Afinal, buscar uma opção de renda sem a dependência de um emprego formal tornou-se mais do que uma escolha neste momento, muitas vezes trata-se de uma necessidade. No entanto, muitos são os artigos que apontam essa como uma solução para os franqueados, mas pouco se fala do ponto de vista do franqueador, que tem uma responsabilidade ainda maior ao lidar com esse tipo de franquia.
A verdade é que no intuito de crescer a rede rapidamente, muitos franqueadores formulam um plano de expansão que funciona melhor na teoria do que na prática. Por este motivo, muitas vezes vemos franqueadoras tendo sucesso e divulgando a venda das microfranquias, mas franqueados extremamente arrependidos por investir em um negócio que não deu certo. E qual seria a saída para você, empresário que vê nas microfranquias uma boa possibilidade de crescimento, mas quer ter sustentabilidade e responsabilidade nesse projeto? Aqui vão alguns pontos importantes para fazer essa expansão, mantendo a credibilidade da sua marca.
Tenha responsabilidade
Por necessitarem de investimentos mais baixos – a Associação Brasileira de Franchising (ABF) classifica como microfranquias aquelas com investimento de até 105 mil reais) – muitas vezes a compra de uma microfranquia acontece por impulso, como uma tábua de salvação para aquele futura franqueado. Este é um dos principais fatores de insucesso de muitas unidades. Como franqueador, cabe a você cuidar para que essa compra seja consciente, mesmo querendo fazer a venda. Não se esqueça que é o nome da sua marca que está em jogo.
Siga os mesmos critérios de seleção das franquias tradicionais
Considere dedicar-se a uma seleção de franqueados mais criteriosa, principalmente nas microfranquias de serviços – a maioria delas, principalmente em tempos de home office. Nestes casos o franqueado provavelmente vai tocar o negócio sozinho e precisa ter, além da qualificação necessária para a operação, tempo hábil para ocupar-se do projeto. Portanto, é possível levar uma microfranquia como plano B, mas vale a pena deixar claro o tempo mínimo que deverá ser investido na operação e quais as habilidades específicas necessárias para dar conta das demandas que devem surgir.
Mantenha o acompanhamento constante dos franqueados
Muitas das redes que focam os seus negócios em microfranquias oferecem um modelo estilo self service, ou seja, apresentam um treinamento inicial, para preparar os franqueados para a operação, mas, a partir dali, estes devem personalizar e tocar os seus negócios totalmente sozinhos. Esta prática, muito comum, acaba acontecendo pela não cobrança dos royalties, que incluiriam um acompanhamento mais próximo e frequente por parte da franqueadora. No entanto, justamente por serem menores e não terem tanta exposição, as microfranquias precisam muito de uma troca constante com a rede, tanto com o franqueador como com outros franqueados. Vale pensar em um modelo que não gere custos altos, mas que promova um intercâmbio de informações que possa ajudar as operações a terem bons resultados.