Existem três constantes que impulsionaram o crescimento e a história do franchising: o desejo de expansão, as limitações de capital humano e financeiro e a necessidade de vencer grandes distâncias. E estes fatores não foram originados em empresas. O início histórico do sistema de franchising — ainda que não exatamente nos moldes que conhecemos hoje — pode ser relacionado à expansão da Igreja na Europa e aos controles centrais da Coroa Britânica ainda antes da Idade Média.
Estados Unidos, berço das franquias
Em termos mais modernos, não há dúvidas de que os Estados Unidos, após a Revolução Industrial, podem ser considerados o grande berço das franquias — muito antes do surgimento de uma de suas maiores expoentes, o Mc Donalds. Sem entrar no mérito sobre qual teria sido a primeira franquia norte-americana (há controvérsias), fato é que o sistema de franchising encontrou sua grande vocação entre os estadunidenses.
Quando, em 1898, a General Motors vendeu sua primeira franquia para William Metzger, de Detroit, a roda das franquias estava apenas começando a girar. Conforme o mercado automotivo se expandia, foi preciso resolver a questão do seu abastecimento, fazendo com que o mercado de combustíveis também embarcasse no jogo da história do franchising. Percurso semelhante aconteceu no setor de bebidas, puxado pela expansão da Coca-Cola, que desenvolveu negócios diferentes franqueando primeiro a distribuição do xarope de seu refrigerante para, depois, fomentar franquias de engarrafamento das bebidas, o que aconteceu em 1901.
Expansão das franquias nos Estados Unidos
Ainda que grandes redes tenham iniciado o processo de franquias antes (Kentucky Fried Chicken, o KFC, entrou no franchising em 1930), o segmento cresceu expressivamente apenas após o fim da II Guerra Mundial. Foi nas décadas de 1950 e 60 que o mercado de franquias deu seu grande salto e tivemos a expansão de marcas conhecidas, como Dunkin Donuts, Burger King, 7-Eleven e o próprio McDonald’s, além de grandes nomes do nicho hoteleiro, como as redes Holiday Inn e Sheraton. Aliás, muito provavelmente, não conheceríamos muitos dos nomes que nos são familiares hoje se não fossem as franquias. Mais do que reforçar padrões e processos, a história do franchising nos mostra que este sistema tem a capacidade de expandir fronteiras e foi parte determinante para o mundo globalizado em que vivemos hoje.
