Tendência inaugurada internacionalmente por grandes marcas, como Coca-Cola e Nike, a estratégia comercial D2C, Direct to Costumer, tem ganhado força no mercado brasileiro nos últimos anos — principalmente com o aumento vigoroso do comércio eletrônico. Caso o termo não lhe seja familiar, o conceito por trás dele é muito simples. Trata-se de indústrias utilizando-se de novos canais de vendas para oferecer seus produtos diretamente aos consumidores, eliminando os intermediários do varejo, seja de forma presencial ou virtual.
Mas, afinal, o que as indústrias ganham com isso?
Em linha gerais, o principal ganho das indústrias está relacionado à experiência de consumo. Nesse sentido, um outro termo bastante utilizado atualmente pode ser aplicado aqui, omnichannel. Esta estratégia utiliza múltiplos canais de vendas, porém de forma integrada, conectando todo o processo e maximizando a tal experiência dos clientes, trazendo-os para perto de suas marcas e produtos em um ciclo virtuoso de consumo.
Ou seja, a tática D2C faz parte de uma intenção maior, onde a indústria pode desde testar novos tipos de produtos e ter uma resposta direta de seus consumidores, até promover uma prática de multicanais, interligando estratégias de comunicação e atingindo diretamente o seu público-alvo, em uma ação de omnichannel. Alguns exemplos bem sucedidos são as lojas da marca Kit Kat, da Nestlé, em São Paulo, com sabores diferentes de chocolates e opções de personalização por meio do seu site, e as lavanderias da marca Ariel, da P&G, que oferecem serviço online de coletas e a oportunidade de experimentar os benefícios dos produtos de uma forma diferente da usual.
D2C e nas redes de franquia
Outro case muito bem sucedido, e que nos traz para o universo das franquias, é o da Casa Bauducco. A marca entendeu que os clientes tinham jeitos particulares de consumir os seus produtos e que poderiam reunir essas diferentes formas de degustação. Assim, trouxeram para pontos físicos o que as pessoas só poderiam ter em casa — um café fresco, uma fatia de panetone quente, mas com uma cobertura especial, que não teriam em casa. Ou seja, uma ponte entre o entendimento das práticas de seus clientes com um algo a mais, realizando a estratégia D2C sem, de forma alguma, prejudicar a venda de seus produtos no grande varejo.
O que essas histórias nos trazem é que o formato D2C, muito mais do que uma ameaça para os distribuidores e demais canais de vendas varejistas, é uma estratégia de aproximação com os consumidores. Prática essa que recebeu, inclusive, um grande impulso com a recente pandemia de COVID-19, que turbinou as vendas online, ao mesmo tempo que obrigou as empresas a buscarem novas formas de conexão com seu público.