Provavelmente a combinação de palavras que confere significado ao termo “franquia social” possa lhe causar estranhamento. Afinal, tão atreladas a conceitos que giram em torno das relações comerciais, as franquias logo nos remetem a um grande shopping, com todos aqueles nomes tão conhecidos nos letreiros das lojas. Para elucidar, então, a aplicação do social à caracterização de franquias, vale refletirmos sobre o que a definição do franchising propõe às empresas.
Apesar de estar relacionado a termos como licença e uso da marca, esse tipo de negócio caracteriza-se, principalmente, por um formato de operação padronizado, que pode ser replicado em diferentes pontos de atuação. Mais do que compartilharem de uma mesma identidade visual e carregarem uma marca como bandeira, as franquias seguem os meus processos a fim de garantirem que a experiência dos clientes, seja de um produto ou serviço, será sempre a mesma.
Portanto, se a grande essência das franquias está em replicar um formato de negócio testado e aprovado, este mesmo conceito pode ser transposto para outras áreas de atividade, como as instituições sociais. Uma vez que necessitam de uma estrutura organizada, semelhante à de qualquer empresa comercial, essas entidades também podem, então, se utilizar do sistema de franchising para garantir a sua expansão. Dessa forma, conseguem manter padrões de excelência em diferentes localidades, seguindo um sistema pré-formatado de gerenciamento.
Porém, ainda existe um grande preconceito envolvendo esta modalidade de franquia social. Ao abraçar o conceito, entende-se que existe a necessidade do pagamento de royalties e demais taxas administrativas. Só que a combinação entre organizações sociais e dinheiro sempre gera polêmica no Brasil. Por aqui ainda é difícil a compreensão de uma entidade social precisa de capital para se manter e funcionar de forma sustentável. Logo, esse é o motivo pelo qual ainda precisamos falar sobre a franquia social e, também, sobre todos os diferentes modelos de empresas sociais e de terceiro setor. Desmistificar o assunto pode ser a chave para impulsionarmos essas novas frentes de trabalho.